sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Apresentação da Filosofia no III Seminário do PIBID

Marcada por muitos elogios, a apresentação por área do grupo de bolsistas de Filosofia, trouxe nesse semestre uma versão revisada da metodologia "TREM FILOSÓFICO".

Os escolhidos para representarem o grupo foram: Jonathas de Souza e Thiago Faria. Em um tom de descontração e crítico, foram apresentadas as mudanças ocorridas na metodologia, bem como uma leitura da atual condição do professor de Filosofia no Estado brasileiro.


Fica aí o convite para o ultimo encontro do semestre, no qual será apresentado o que foi elaborado em cada escola no projeto interdisciplinar das áreas (biologia, fisica, filosofia, matemática e letras). O seminário acontecerá no próximo dia 12, de 08:00 às 12:00, no prédio 4 - auditório 1 - campus Coração Eucarístico.

Esperamos por todos lá!

Bolsistas de Filosofia

sábado, 22 de outubro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

As “Leis Buarque”

           O senador Cristovam Buarque é uma referência quando se trata do assunto educação. Sua atuação se estende ao âmbito da ética política, do meio ambiente, da saúde entre outros, mas é na esfera da educação que ele se destaca. Seu lema é muito simples de ser compreendido por aqueles que também sabem do valor que uma educação de qualidade tem para o desenvolvimento humanístico e, portanto, mais igual, mais tolerante e mais inclusivo de uma nação. Ele acredita em uma “Revolução pela Educação”.

          Nosso intuito aqui não partidário e, de fato, não estamos nos referindo a nenhuma legenda de qualquer partido. É, por outro lado, apenas o de incitar o bolsista do PIBID a um maior envolvimento com as políticas públicas, considerando que somos, enquanto educadores – mesmo que em formação –, agentes de uma causa que tem um papel essencial no desenvolvimento do corpo social e, portanto precisamos estar em sintonia também com as prerrogativas do Direito Constitucional para entendermos melhor o nosso âmbito de ação e, assim, termos estratégias mais eficazes para os nossos projetos e, também, para podermos lutar com mais consciência por aquilo que é de direito inalienável do cidadão brasileiro.

           Abaixo relaciono um trecho da lei que garantiu o piso salarial dos professores da rede pública, apenas para enfatizar e dar maior margem de discussão a duas questões que estão em voga, a saber, a greve dos professores da rede pública e a nova proposta de lei para o PNE representada pelo deputado Gastão Vieira.

LEI Nº 11.738 de 16 de julho de 2008

PISO SALARIAL DOS PROFESSORES

Cabeça, coração e bolso formam o tripé do magistério e, portanto, a base da necessária revolução que o Brasil precisa fazer em sua educação

           A lei tem o objetivo de resgatar a enorme e histórica dívida do poder público para com seus educadores, para que eles não sejam obrigados a trabalhar em regime de múltiplas jornadas ou de múltiplos empregos, fazendo da nobre função de educador uma atividade secundária, considerada como "bico" ou "quebra-galho". Essa situação tem condenado a Educação Básica dos sistemas públicos a um enorme atraso em todo o processo de ensino aprendizagem, comprometendo a cidadania de várias gerações de brasileiros, privados de um ensino gratuito e de qualidade, como garante a Constituição Federal. (Grifo meu)

Jonathas Souza Lima
Bolsista do PIBID – “Eu escolho ser professor”

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

GRUPO DE ESTUDOS - ICA

Queremos convidar todos vocês a integrarem o Grupo de estudos sobre adolescências e juventudes, realizado através de parceria entre o PIBID e o ICA/PROEX.

O próximo encontro do Grupo de Estudos ocorrerá no dia 01/09, quinta-feira, de 15:00 às 17:30, no ICA (prédio 30). Para este encontro combinamos que cada participante escolherá um dos textos da 2ª parte do livro "Criança e adolescente: prioridade absoluta", produzido pelo ICA, para ler e fazer comentários durante o encontro. Os bolsistas que participaram do 1º encontro receberam um exemplar do livro, que também foi distribuído para todas as bibliotecas das escolas conveniadas. Ressaltamos a importância de aprofundarmos os estudos e debates sobre este tema de nosso interesse e reiteramos o convite à participação no grupo de estudos. Para que possamos organizar o espaço e o lanche. pedimos que nos confirmem a sua participação.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Anjos Da Guarda

Professores
Protetores das crianças do meu país
Eu queria, gostaria
De um discurso bem mais feliz
Porque tudo é educação
É matéria de todo o tempo
Ensinem a quem sabe tudo
A entregar o conhecimento
Na sala de aula
É que se forma um cidadão
Na sala de aula
Que se muda uma nação
Na sala de aula
Não há idade, nem cor
Por isso aceite e respeite
O meu professor
Batam palmas pra ele
Batam palmas pra ele
Batam palmas pra ele


Leci Brandão

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PIBID LANÇA EDITAL PARA NOVA SELEÇÃO DE BOLSISTAS

Para quem estava aguardando o Edital do PIBID, este foi lançado ontem. Agora é só se inscrever e acompanhar as etapas da seleção. Participe! 


SELEÇÃO DE ALUNOS  BOLSISTAS DO PIBID - PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

A Sub-Coordenação do PIBID da área de Filosofia faz saber aos interessados que estão abertas as inscrições, no período de 24 a 30 de agosto de 2011, para seleção de 6 (seis) alunos bolsistas.

Bolsistas de iniciação à docência são os estudantes dos cursos de licenciatura plena que integram o projeto institucional.

Valor da bolsa: R$ 400,00 mensais


O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência tem por objetivos:

a) incentivar a formação de professores para a educação básica, contribuindo para a          .   elevação da qualidade da escola publica;

b) valorizar o magistério, incentivando os estudantes que optam pela carreira docente;

c) elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores
    nos cursos de licenciatura das universidades e centros universitários comunitários;

d) inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação,
    promovendo a integração entre educação superior e educação básica;

e) proporcionar aos futuros professores participação em experiências metodológicas,
    tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar e que busquem
    a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem,
    levando em consideração o IDEB e o desempenho da escola em avaliações nacionais;

f) incentivar escolas públicas de educação básica, tornando-as protagonistas nos
   processos formativos dos estudantes das licenciaturas, mobilizando seus professores
   como co-formadores dos futuros professores;




Condições para inscrição:

1)      ser brasileiro ou possuir visto permanente no país;
2)      estar regularmente matriculado no curso de licenciatura em Filosofia;
3)      estar cursando do 1º  ao penúltimo período do respectivo curso;
4)      não ter o benefício concomitante de outra bolsa das agências de fomento CAPES, CNPQ, FAPEMIG;
5)      estar em dia com as obrigações eleitorais;
6)      ter disponibilidade às segundas-feiras, no turno da manhã.


Compromissos que o bolsista deve assumir:

1.      dedicar-se, no período de vigência da bolsa, no mínimo 30 (trinta) horas mensais, às atividades do PIBID, sem prejuízo de suas atividades discentes regulares;
2.      executar o plano de atividades aprovado;
3.      apresentar formalmente os resultados parciais e finais de seu trabalho na escola, divulgando-os na instituição onde estuda em eventos de iniciação à docência promovidos pela instituição e em ambiente virtual do PIBID organizado pela CAPES;
   

   O candidato a bolsista deste programa deve se submeter a processo de seleção classificatório constituído por:

1)      análise de histórico escolar;
2)      carta de intenção justificando o seu interesse e manifestando expectativas relativas à participação no PIBID;
3)      prova de conhecimentos gerais no campo educacional, a ser realizada no dia 01/09/2010, de 9:00 hs às 12:00hs, em local a ser divulgado na secretaria do curso e no blog PIBID/Filosofia



Orientações para realização das inscrições:
1)      Documentos necessários á inscrição:
·         Cópia de documento de identidade
·         Histórico escolar de graduação
·         Comprovante de matricula no curso, neste semestre. Serão aceitas inscrições de alunos matriculados a partir do 1º período até o penúltimo período do curso
·         Cópia de documento que comprove que o candidato está em dia com as obrigações eleitorais
·         Carta de intenção

2)      Entregar, na secretaria do respectivo curso, a ficha de inscrição junto com os documentos acima.
 
Os resultados serão divulgados no secretaria do  curso de Filosofia  até o dia 5 de setembro



Belo Horizonte, 23 de agosto de 20011
Profª Sílvia Maria de Contaldo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

IV ENPF da UFOP

O IV Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFOP  é uma iniciativa dos alunos de graduação do curso de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que acontecerá de 24 a 28 de outubro de 2011. Trabalhos de Comunicação serão recebidos até o dia 02 de setembro. Maiores informações estão disponíveis na página do evento.

ENPEFFE - Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Filosofia e Filosofia da Educação

Entre os dias 09, 10 e 11 de novembro, acontecerá na cidade de Ouro Preto/MG o ENPEFFE - O Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Filosofia e Filosofia na Educação. As inscrições para apresentação de trabalhos já estão encerradas. Entretanto as inscrições para Ouvinte vão até o dia 08 de novembro de 2011.

Maiores informações, bem como a ficha de inscrição para o evento, estão disponíveis na página < http://enpeffe.wordpress.com/> acesse!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Bate-Papo"

Bolsistas de Filosofia realizam semanalmente um encontro para discussão, troca de idéias, informações e experiências sobre a construção do PIBID em cada uma das escolas que participam do Programa. Nesse segundo semestre de 2011, como no primeiro, o “bate-papo” acontecerá todas as quartas-feiras, de 18:00 às 19:00 horas, no IDJ - Prédio 4, da PUC Minas. 

sábado, 20 de agosto de 2011

Processo Seletivo PIBID

Atenção!

Em breve serão publicadas maiores informações sobre o processo seletivo para o PIBID 2011/2012. Logo as inscrições já estarão abertas! Fique atento(a)!

AGENDA PIBIDIANA 2º/2011

AGOSTO

01/08 - Retomada das atividades nas escolas
08/08 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas
15/08 - Feriado Municipal
22/08 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas
29/08 - Encontro de bolsistas nas escolas com a presença dos coordenadores de área

SETEMBRO

05/09 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas
12/09 - Encontro de bolsistas nas escolas
19/09 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas
26/09 - Encontro de bolsistas nas escolas com a presença dos coordenadores de área

OUTUBRO

03/10 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas
10/10 - Recesso Escolar
17/10 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas
24/10 - Encontro de bolsistas nas escolas
31/10 - Encontro de bolsistas nas escolas com a presença dos coordenadores de área

NOVEMBRO

07/11 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas - preparação para o Seminário 
14/11 - Encontro de bolsistas nas escolas
21/11 - Encontro de Bolsistas na PUC Minas - preparação para o Seminário 
28/11 - III Seminário PIBID (1º dia)

DEZEMBRO

05/12 - III Seminário PIBID (2º dia)
12/12 - III Seminário PIBID (3º dia)

domingo, 14 de agosto de 2011

PIBID no IX Simpósio de Pesquisa do ICH PUC MINAS

No mês de agosto acontecerá na PUC Minas o IX SIMPÓSIO DE MOSTRA INTEGRADA DE PESQUISA DO ICH - UNIVERSIDADE E COMUNIDADE: Mútuas Implicações, no qual Coordenadora e Sub-Coordenadoras do PIBID irão apresentá-lo. 

A mesa redonda conta com a participação dos seguintes nomes: Profª Lorene dos Santos (Coordenadora Geral), Profª Sílvia Maria de Contaldo (Coordenadora da área de Filosofia), Profª Ev’Ângela Batista Rodrigues de Barros (Coordenadora da área de letras) e um representante dos alunos bolsistas – Diego Abreu do curso de Filosofia.

A exposição está marcada para o dia 24 de agosto, das 10h às 12h, no  Teatro João Paulo II – Prédio 30, no Campus Coração Eucarístico.

Confira a programação do IX Simpósio do ICH em: "CLICK AQUI" > "SIMPÓSIO ICH"

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Hora de voltar ao trabalho!

Depois das esperadas e merecidas férias, o PIBID retomou suas atividades no dia 01 de agosto de 2011. Nesse primeiro encontro foram levantados, em conjunto entre pidibianos e toda a equipe, os principais aspectos positivos e negativos das atividades desempenhadas no semestre anterior(1º/2011). Que se referem ao Programa, ao II Seminário articulador entre as áreas, e as propostas de mudanças para as próximas etapas.

Sejam todos bem recebidos e mãos a obra!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

7ª Edição dos Colóquios de Minas dia 29 de Abril de 2011

Caros colegas venho lhes comunicar a ocorrência do 7ª edição dos Colóquios de Minas.  Como palavras da Professora Sílvia, "Esse evento, como é do conhecimento de muitos, é espaço de reflexão, discussão e troca de ideias sobre o ensino de Filosofia no nível médio."
Contamos com sua presença e participação.
cordial abraço, Sílvia Contaldo e Polyanne Merlyn

Apresentação de Comunicação no III Simpósio Internacional em Metafísica e Filosofia Contemporânea - Montes Claros

Iniciação à Docência: Mediação entre Filosofia e Educação


Paollyene Paulino Rodrigues
Aluna do curso de Filosofia da PUC MG

Polyanne Merlyn do Carmo
Aluna do curso de Filosofia da PUC MG


RESUMO:

A proposta desse trabalho é apresentar as linhas básicas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) que visa implementar ações para o progresso da educação básica. O objetivo é compreender a dinâmica das múltiplas realidades escolares relacionando-as à formação do docente, notamente ao desafio de ser professor nos dias atuais. Tendo em vista a necessidade de melhorias na qualidade da educação brasileira, o PIBID, guia-se pela interrogação, reflexão e ação. Buscando assim, propor novas formas de pensar e agir que contribuam para a formação do professor frente aos inúmeros desafios do mundo contemporâneo.


Palavras-Chave: PIBID, iniciação à docência, educação básica










Em Atenas, na Grécia Antiga, a Paidéia[1] consistia na formação universal do homem e no seu desenvolvimento como cidadão. A educação intelectual e o pensar filosófico prevaleciam possibilitando uma reflexão crítica sobre a realidade. Através de uma formação individual, interiorizada e contínua que visava o bem comum, o ethos grego estava inscrito no processo educativo que se estendia por toda a vida do cidadão, como instrumento básico para se chegar ao conhecimento teórico, permeando a dimensão da totalidade e sempre à procura do Bem Supremo.
A educação medieval apresentava matriz romano-cristã, devido à grande influência da Igreja durante a Idade Média. Com o surgimento da Cristandade houve transferências de saberes, o caminho que entrelaçava ratio et fides[2] (razão e fé), adotava como verdadeiro princípio o que representava a perfeição do ente divino. A ética aristotélica foi substituída por conceitos como redenção, pecado, sacrifício, deixando para trás a primazia da racionalidade que foi redescoberta anos mais tarde, com os iluministas.
A partir do século XVII com o advento da ciência moderna, a educação sofre grandes mudanças. Com visões quantitativas e juízos lógicos, houve renúncias às perspectivas de totalidade que prevaleciam nos séculos anteriores. A redução do “por quê?” ao “como?” representa a passagem da totalidade para a especialização. Os saberes humanistas perdem espaço para os saberes científicos. Filosofia e teologia são rejeitadas pelas correntes tecnicistas. A Idade Moderna preocupou-se com os assuntos do conhecer, voltada para discussão acerca da ciência, seja ela formal, natural ou humana.
 O homem pós-moderno, carregado de subjetivismo e liberdade, está diretamente ligado a processos individuais e racionais nas relações sociais. O sujeito é percebido como objeto ou mercadoria e está sempre à procura de algo, seja realização profissional ou intelectual. Com o aparecimento da racionalidade instrumental o conhecimento torna-se fragmentado, originando a particularização dos saberes e dificultando sua integração.
                                           
Analisando o conceito de Paidéia e possíveis contribuições para o ensino na contemporaneidade, percebemos como a educação na antiguidade se distingue consideravelmente dos dias atuais. A educação grega voltava-se para a teoria, desenvolvendo o intelecto e não para a prática profissional como hoje acontece. Considerando a situação histórica do ensino, percebemos como a visão de educação grega voltada para a cidade submergiu entre os séculos.
 Edgar Morin, na sua obra A Cabeça bem- feita: Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento, aborda a complexidade do sistema educacional pensando nas possibilidades de mudança de paradigmas do ensino, evidenciando a emergência da reformulação de um pensar educador para o futuro. Em outra obra, Os sete saberes necessários à educação do futuro, afirma:



A situação é paradoxal sobre nossa terra. A comunicação triunfa, o planeta é atravessado de redes, fax, telefones celulares, modems, Internet. Entretanto, a incompreensão permanece geral. Sem dúvida, há importantes e múltiplos progressos da compreensão, mas o avanço da incompreensão parece ainda maior. (MORIN, 2005, p. 93).



Morin aponta que o grande problema é a hiperespecialização que “impede de ver o global (...) bem como o essencial (...)” (p. 13). Os saberes compartimentados entre as disciplinas impossibilitam a integração do todo, distanciando a interdisciplinaridade, que demanda uma troca indispensável de saberes e experiência entre áreas.
Como um dos pontos fundamentais do pensamento de Morin, a proposta do conceito de interdisciplinaridade é refletir as circunstâncias histórico-culturais que culminaram com o modelo de ensino vigente. A “expansão descontrolada do saber”, “a gigantesca proliferação de conhecimentos” e “os conhecimentos fragmentados”, confirmam, segundo o autor, a necessidade de repensar o pensamento e a sociedade.
Na concepção de Edgar Morin a tentativa é exercitar e estimular o emprego da inteligência como um todo para desenvolvimento da mente humana, que não se prende a nenhum campo específico do saber. Dessa forma, o entendimento do todo proporciona uma maior percepção do global. (MORIN, 2005, p.39-40)
Ao aumentar a produção de conhecimentos através de um novo pensar, crescem também as possibilidades de uma sociedade melhor para o todo. Morin escreve que “a reforma do ensino deve levar à reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar a reforma do ensino”. (MORIN, 2001, p. 20). A educação, segundo o autor, “deveria mostrar e ilustrar o destino multifacetado do humano [...] Assim, uma das vocações essenciais da educação do futuro será o exame e o estudo da complexidade humana”. (MORIN, 2005, p.61)
Essa reforma faz menção ao exercício de alteridade, despertada pela totalização do saber e ao desapego das ideias de estabilidade e permanência do sujeito pós-moderno. Explicita-se então que interdisciplinaridade é vista como uma tentativa de humanização do homem e de integração dos conhecimentos fragmentados pelo sistema[3].
O contexto histórico aponta as necessidades específicas e as mudanças nos modelos educacionais de cada época. No entanto, nosso sistema educacional, parece insistir em manter o caráter positivista, fragmentando os saberes e, consequentemente, privando nossos alunos de desenvolverem plenamente sua capacidade intuitiva e cognitiva. É claro que este sistema positivista foi importante numa época onde era necessário que as máquinas funcionassem a todo vapor, estimulando o crescimento de cidades e nações. Hoje, apesar deste modelo ultrapassado, o aparato educacional parece ignorar o produto de nossas escolas: indivíduos, sujeitos morais, que precisarão utilizar de forma prática os saberes que recebem nas escolas.
            Este é um quadro de violência, por mais sutil que nos apareça, pois desconsiderar as necessidades daqueles que vão à escola para “aprender”, julgando que o aluno não sabe o que precisa aprender é um primeiro passo para gerar a evasão escolar e o desinteresse pela escola. Para abolir esta forma de violência contra nossos futuros cidadãos, é necessária a integração de todas as partes envolvidas; não apenas uma integração de disciplinas, mas de interesses, iniciativas, expectativas, capacidades, professores, alunos e de todos que lutam por uma reforma nas escolas.
            A alteração do artigo 36 da Lei no 9.394[4], de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio impôs novos desafios e metas à educação brasileira. Portanto, é urgente pensar a formação do educador, com um exercício de pensar sobre o pensamento, análise, problematização  teorias e a práticas educacionais modernas.
Algumas Universidades em todo Brasil, como a PUC Minas, oferece para alunos em formação nas licenciaturas e aos professores que já atuam nas escolas públicas, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). O projeto ainda é recente em nossa instituição (a PUC Minas), mas revela-se como forte embrião para mudanças no contexto educacional brasileiro. Estas ações são referenciais e caminhos que almejam maior eficiência na formação de docentes e, por conseguinte alcançar melhorias no ensino básico.
Tendo em vista que nossos saberes se baseiam em grande parte em nossas experiências, conhecer a realidade da escola é fundamental para a prática do magistério.  Condição de iniciação à docência é pensar novos paradigmas. O grande desafio é articular os dois registros: academia e escola. Esta tarefa não é simples, principalmente se consideramos a especificidade e a existência problemática do ensino de Filosofia nas escolas de educação básica. O programa PIBID contribui para a interação desses espaços, dessas realidades que estão distantes, levando os futuros docentes para escolas, e os professores para a universidade. Assim acontece uma formação contínua de professores. Percebe-se que o relacionamento dos professores já atuando nas escolas de educação básica, escolas públicas, com os universitários produz um novo ânimo no papel do professor na contemporaneidade.
O plano de ação do PIBID utiliza diversas estratégicas para o aperfeiçoamento e avanços na educação, tendendo, sobretudo diminuir a violência no espaço escolar. Empregar reformas didáticas é um meio astucioso para alcançar condições favoráveis para os alunos e para os futuros docentes. Entre as ações previstas estão oficinas interdisciplinares, a produção de materiais didáticos, suporte para aulas futuras de ambas as partes envolvidas no programa, aproximação e efetivação das tecnologias e participações dos docentes em congressos, simpósios, contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento dos “aprendizes” bolsistas. ´
            Segundo Morin “a educação deve contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar um cidadão”. (2001, p.65). Nessa perspectiva o PIBID quer acompanhar a formação dos futuros docentes e propor caminhos na escola a formação humana dos cidadãos mediante aparatos educativos.
            Considerando-se a importância do conhecimento para o progresso da humanidade a Filosofia como disciplina e também como modo de atuar pensa nas possíveis saídas possibilitando trocas que afastam posturas dogmáticas tornando possível um novo pensamento. Por isso Morin afirma que “sabemos que não possuímos as chaves que abririam as portas de um futuro melhor. Não conhecemos o caminho a traçado.“El camino se hace al andar”.  Podemos, porém,  explicitar finalidades: a busca da hominização na humanização, pelo acesso à cidadania terrena” (2001, p115)
Procurando mostrar melhores expectativas para os futuros profissionais da educação, o projeto de iniciação á docência espera introduzir uma nova e criativa reflexão sobre a educação do século XXI. Tentando dialogar com as dúvidas e incertezas do nosso tempo, buscamos uma escola.
























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



JAEGER, Werner, 1888-1961. Paidéia: A Formação do Homem Grego. Tradução Artur M. Parreira; [adaptação do texto para edição brasileira Mônica Stahel; revisão do texto grego Gilson César Cardoso de Souza] 4º. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

MONDIN, Battista. O Humanismo filosófico de Tomás de Aquino. Tradução de Antônio Angonese. Bauru: EDUSC, 1998. (Coleção Essência)

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho 10ªed. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: UNESCO, 2005.

____________ A Cabeça bem-feita: Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento. Tradução: Eloá Jacobina. 5º ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.




[1] Na pólis do séc. IV a.C. o conceito de Paidéia supera a vinculação limitada à instrução da criança. Trata-se de uma reflexão sobre a formação do homem para a vida racional na "pólis". Aplica-se à vida adulta, à formação e a cultura, à sociedade e ao universo espiritual da condição humana. A construção histórica deste mundo da cultura atinge o seu apogeu no momento em que se chega à idéia consciente de educação.  cf. JAEGER, Werner. Paidéia. São Paulo: Martins Fontes, 1986, p.244-246.
[2] cf.MONDIN, Batista. O Humanismo filosófico de Tomás de Aquino. Tradução de Antônio Angonese. Bauru: EDUSC, 1998. (Essência).

[3]  cf.MORIN. Edgar Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
[4] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm acessado em 01/04/2011.


                                                                                                             Polyanne - Pibid Filosofia Puc Minas

quarta-feira, 30 de março de 2011

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. São Paulo:Paz e Terra, 2002.

Uma interessante reflexão:

Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais, políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também, que os obstáculos não se eternizam.  (FREIRE, 2002, p. 60). 


Abraço a todos,
Roberto Caldeira F. Junior

terça-feira, 29 de março de 2011

Edgar Morin

A subjetividade reflexiva como fator decisivo na educação coletiva.

Tenham um belo aprendizado.





Atenciosamente,

Roberto Caldeira F. Junior

segunda-feira, 28 de março de 2011

TRAVESSURAS DA CORUJA




Brincando com as palavras


Falar e
Inquietar
Ler e
Observar
São sem dúvidas, alguns
Ofícios desse meu
Filosofar.
Ia eu por
Aí, contemplando a grandeza de pensar!



Camila Soares


terça-feira, 22 de março de 2011

Aos PIBIDIANOS

Caros Pibidianos,
Como muitos sabem do “não espaço” da Filosofia no ensino médio e do seu “não reconhecimento” pelos demais colegas de trabalho, seja como pibidianos e/ou na vida profissional enquanto professores, penso que esse é o momento oportuno para a desconstrução de alguns preconceitos, bem como a conquista efetiva deste.
Diante dessa oportunidade do PIBID, creio que devemos fortalecer o espaço de ação da Filosofia ao estimular o interesse dos alunos. Estes que na verdade serão nossos colaboradores, bem como a resposta de nossas ações, enquanto responsáveis por levar, transmitir esse saber tão encantador, que sem dúvidas contagia e torna-se parte daquele que permite por ela ser tomado.
Percebo que nosso trabalho não está reduzido às ações com os alunos em cada escola, mas estende-se aos nossos companheiros pibidianos. Estamos em um Programa voltado para a Educação no Brasil, para a construção de uma educação mais próxima da realidade, mais igualitária, que valorize e respeite as diferenças.
Então caros colegas, preciso que eu, que serei professora de Filosofia amanhã, respeite e incentive o saber de cada área, e não apenas o filosófico, mas o artístico, o sociológico, o literário, como tantos outros. E que vocês pibidianos de Filosofia (e dos demais cursos) façam o mesmo. Precisamos começar essa lição hoje, aliás, deveríamos ter começado no instante em que optamos pela licenciatura, ou melhor, no momento em que pensamos sobre qual educação queremos para essa nação.
Pensar a Educação como um todo cheio de partes, e a importância de cada parte para um todo saudável. Sabemos que a atual conjuntura educacional já nos priva de muitos avanços, então porque colaborar para essa conjuntura cheia de falhas, desvalorizando as especificidades de cada saber e daqueles que por ela se dedicam? Fica aí essa pergunta.

Camila Soares - PIBID Filosofia - 1º/2011 - “O saber transforma o ser” 

quarta-feira, 16 de março de 2011

O que é o Pibid ?

PIBID

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)

 O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o Pibid faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais.
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=467&id=233&option=com_content&view=article

Agenda Pibidiana

Bolsistas pibidianos do curso de Filosofia reúnem-se todas
quartas-feiras, de 18h00 às 19h00, para um balanço das atividades: troca de
experiências, dificuldades, desafios, propostas de produção de material
didático. Esses encontros são de fundamental importância pois traduzem-se em
dialogicidade e construção coletiva. Sugestões de temas para discussão são
bem vindas!

Abraços, Sílvia

Edgar Morin (1921) e o ‘Pensar Transversal’

A Profa Leiva Leal, em palestra para os bolsistas do PIBID da PUCMinas,
dos cursos de Filosofia, Biologia, Matemática, Física e Letras, enfatizou a
importância do pensamento de Edgar Morin para a compreensão dos
procedimentos teóricos e metodológicos dos CBCs.
Aqui segue relação de obras desse pensador cujas ideias são
imprescindíveis!!!

PIBID- FILOSOFIA

Edgar Morin (1921)  e  o ‘Pensar Transversal’

1.Trajetória bibliográfica*

1946: O Ano Zero da Alemanha – “obra sociológica, de cunho jornalístico, que procurou retratar as verdades vividas e observadas durante o período de guerra na Alemanha... procurou apontar, através de análise marxista, as possibilidades e deficiências de um país desfigurado, esforçando-se por reintegrar a Alemanha na história, na sociologia e na humanidade”

1948-1950: O Homem e a Morte  “apresenta a morte como fenômeno humano total....procurou mostrar que frente à morte é que melhor o homem consegue expressar o que há de mais importante na vida”

1951-1956: O cinema ao homem Imaginário -  “apresenta a antropologia do cinema e complexa relação entre o imaginário e o real”

1957: As estrelas (As estrelas: mito e sedução no cinema) – retorna aos estudos sociológicos e discute mitos da modernidade

1959: Autocrítica – ensaio de antropologia política em que destaca seu envolvimento na II Guerra Mundial (“obra autobiográfica, que mostra a busca permanente de reconciliação do ser humano com o mundo”).

1962:  O Espírito do Tempo (Cultura de Massas no século XX: Neurose): problematização da cultura de massa em diversos aspectos.

1965: Introdução a uma Política do Homem: retorna às suas reflexões políticas; apresenta os múltiplos aspectos do homem, como ser complexo que é. “Propõe uma política de desenvolvimento global do homem, buscando na ciência as saídas para as crises que se alojam nas sociedades, gradativa ou impetuosamente”

1968: Maio de 68: A brecha -  escrita em parceria com C. Castoriadis e Claude Lefort

Em 1973 torna-se co-diretor do centro de Estudos Transdisciplinares (Sociologia, Antropologia e Política) da Ecole dês Hautes Etudes em Sciences Socialles, em Paris.

1973: O paradigma perdido: a natureza humana – essa obra foi o ponto-de-partida para a construção do ‘Método’ que concentra o aspecto central de seu pensamento complexo.

1977: é publicado o primeiro volume (O Método I: A natureza do homem) de sua obra mais importante Lê Méthode, que daria origem a uma coleção com quatro volumes. Nesse primeiro volume “procurou articular a ciência do homem à ciência da natureza, através da relação ordem-desordem-organização, partindo da reflexão crítica da cibernética e da teoria dos sistemas, chegando à complexidade da natureza e á natureza da complexidade”

1980: O Método 2: a Vida da Vida – “fala da ecologia, da autonomia das espécies, da auto-organização dos seres vivos, e da complexidade da vida no que tange os atos de nascer e de morrer, como também interroga a existência solidária e solitária dos seres”

1986: O Método 3: O Conhecimento do  Conhecimento – “procura refletir sobre os limites e as possibilidades do conhecimento, apontando as disjunções existentes nas ciências físicas, humanas e biológicas no sentido de reconciliá-las, para a compreensão do todo”. É uma antropologia do conhecimento.

1984: O Método 4: As idéias – publicado em 1991, continuação de O Método 3.

ü  “á publicação de ‘O Método’, Morin intercalou com outros estudos[...] na mesma linha de investigação, sob o prisma da complexidade do pensamento que sempre norteou suas atividades intelectuais e acadêmicas”.

1982: Ciência com Consciência - faz uma crítica à ciência, indicando sua responsabilidade e seu papel na sociedade

1984: Sociologia – análise sociológica do microssocial ao macroplanetário

1987: Pensar a Europa – ‘pensa’ a Europa como unidade complexa

1990: Introdução ao Pensamento Complexo

1993: Terra-Pátria: Morin propõe “a reformulação do pensamento para a compreensão da crise planetária...[..] fala da era planetária em que vivemos e a sua agonia, do cartão de identidade terrena, dos objetivos terrestres e da responsabilidade do ser humano na transformação da Terra-Pátria, que deve iniciar-se pela transformação do pensamento”

1993: A decadência do futuro e a construção do presente – publicada pela Universidade Federal de Santa Catarina (com artigos de Jean Baudrillard e Michel Maffesoli)

1994:  Meus demônios – obra autobiográfica

2001:  Os sete saberes necessários à educação do futuro:  texto elaborado como ponto de partida para se repensar a educação, solicitado pela  Unesco.

2001: Amor,Poesia,Sabedoria: interrogação acerca de três evidências (o amor, a sabedoria, a poesia) que, interligadas, fazem o destino antropológico do homo sapiens-demens

2001: A cabeça bem feita – “este livro é dirigido a todos, mas poderia ajudar particularmente professores e alunos. Gostaria de que estes últimos, se tiverem acesso a este livro, e se o ensino os entendia, desanima, deprime ou aborrece, pudessem utilizar meus capítulos para assumir sua própria educação”.

2010: Meu caminho: enrevistas com Djénane Kareh  Tager.


2. Leituras e Vídeo sugeridos
ARAÚJO, Ulisses F. Temas Transversais e a Estratégia de Projetos. São Paulo: Moderna: 2003 (Cotidiano Escolar)

EDGAR Morin. São Paulo: Paulus,  2005. 1 fita VHS (53 min.), son., legendado.

MORIN, Edgar;Wulf, Christoph. Planeta. A aventura desconhecida. São Paulo:Unesp,2003

PETRAGLIA, Izabel Cristina. Edgar Morin. A educação e a complexidade do ser e do saber. 6.ed.Petrópolis: Vozes, 2001.

PETRAGLIA, Izabel Cristina. Interdisciplinaridade: O cultivo do professor. São Paulo: Pioneira/Edusf, 1993.



sílvia contaldo


* até 2010, extraída de PETRAGLIA, Izabel Cristina. Edgar Morin: a Educação e a Complexidade do Ser e do Saber. 6.ed. Petrópolis: Vozes, 2001.